domingo, julho 27

O tempo é um rio que corre...


Antes de ser eu mesma 
(ou isso que penso ser),
eu jogava esconde-esconde
com meus fantasmas
-os terríveis e os gentis.

Os dias me viravam do avesso 
e desviravam,
as horas me trançavam
para me desarrumar.
Quanto mais me busquei
nos espelhos secretos,
mais me perdi de mim.

Quando chegou o tempo da verdade,
entendi que sou
-num fundo porão das horas-
reflexo de reflexo
de reflexo,
nada mais.
(E que deve ser assim.)

Lya L.

2 comentários:

Anônimo disse...

Doce Lya...e um tempo fora de tempo...Livre...tão somente...


Belo texto!

Anônimo disse...

Sempre que passeio nesse mundo me vejo nesse retrovisor...e me vejo Lya...