sábado, julho 19

A Flor e a Náusea

Uma flor nasceu na rua!
[...]
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
Ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
Garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

[...]
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


[Carlos Drummond de Andrade]

Um comentário:

Frida y yo. disse...

Lindo poema!

To adorando agora esse blog,

Você tem que postar todos os dias!


;****