sexta-feira, agosto 22

::um jeito assim::

Zélia Duncan

Escrevo enquanto as lembranças ainda estão frescas na memória, o cheiro, as várias emoções concentradas em uma dimensão extraordinariamente grande.
É de costume ir a cidade de São Paulo, a trabalho, nada de muito complicado, ônibus na rodoviária, terminal, metrôs... Paulista... destino.
São Paulo é grande, mas convenhamos, essa frase não chega nem perto do que realmente é. Na realidade, na noite passada, São Paulo mais parecia ser... infinita!
Meu histórico de viagens são meio frustradas, como filmes norte-americanos, aqueles mesmos que a família reunida saí para viajar e em seguida acontecem inúmeros desastres durante o caminho. Para minha felicidade, ontem, numa das maiores cidades do mundo, a noite e, sem nunca ter ido dirigindo para lá, não houve frustrações, ou enganos no caminho.
Claro que como navegante, procurei no mapa on line, onde fica essa tal rua no "coração de São Paulo", e no mapa, simplesmente a trajetória consistia em seguir reto, virar no acesso, pega a Av. Nove de Julho, depois a R. Álvaro de Carvalho e por fim a R. Martins Fontes, Novotel Jaraguá e PRONTO! (Parece simples né? Acompanhe...)
A preparação para seguir viagem é a famosa checagem no veículo, e com o tanque cheio e pneus calibrados, seguimos nosso rumo, São Paulo!
Não vejam como um destino muito longe, a viagem não dura mais do que 01hs30min, mas como as coisas ao vivo são completamente opostas a essa realidade virtual, aquele 'reto' não tinha fim, e nem acesso.. ou plaquinhas informativas apontando o Centro, como as cidades do interior.
No começo, tudo como os conformes, seguindo piamente a descrição obtida no site. Uma surpresa ao chegar na entrada de São Paulo, um poodle branquinho andando no meio da pista, parecia assustado, para minha sorte, consegui desviar a tempo, assustada fiquei eu, ou quem sabe foi um chacoalhão para ficar ligada, funcionou.
Seguindo as margens do Tiete, esperando o tal acesso, que após mto não chegava, a impaciência de poder estar adentrando num caminho só de ida, minha vontade era de entrar em qualquer rua, enfim sair daquele caminho, daquela reta. Não sei dizer ao certo quanto tempo permaneci naquela reta, mas me pareceu uma eternidade. Minha companheira, co-pilota, embora nervosa se mostrou muito tranqüila, e calma, o que certamente foi fundamental para mim, nesse momento. Quando finalmente tomei coragem de entrar em um rua, ela certamente não poderia ser mais sombria e deserta, demos meia volta, continuando na reta.
Um Posto, uma luz, e para a minha completa surpresa, estávamos no caminho certo, faltando pouco para a Av. Nove de Julho, 20hs50min no relógio, show as 21h30min, numa das maiores cidades do mundo, me senti pequena na imensidão de São Paulo.
Mais alguns postos de gasolina, algumas ruas incertas, desertas, escuras, viro a direita e NOVOTEL JARAGUÁ, entrei no estacionamento do Hotel, onde meu carro foi levado por um manobrista, olhei pro relógio 21hs20min, agora vocês me perguntam, como conseguimos? Ainda tô tentando descobrir!
No teatro do hotel, dois andares abaixo do térreo, em nossos lugares, assistimos a um dos shows mais lindos, Zélia Duncan, fazendo um show a voz e violões, a poucos metros de nós, exclusivo para o fan clube UJA (um jeito assim), devia ter umas 90 pessoas, talvez mais, talvez menos...
A Zélia (olha a intimidade) além de cantar maravilhosamente bem, se mostrou uma mulher muito bem humorada, inteligente com piadas rápidas e perspicazes. Cantou diversas músicas de seu repertório, cuja envergonhadamente conhecia uma ou outra, logo posso afirmar que o show foi uma verdadeira surpresa.
Ao término do show, já no estacionamento do hotel, solicitei a entrega do meu carro, onde fui logo perguntando como chegar a Rodovia Dutra. Explicado e entendido, peguei o caminho errado, parando em um semáforo ao lado de um taxista, onde ao perguntar o caminho que teríamos que seguir, foi pronto, e pediu para que o seguissemos, arriscado, eu sei,... mas Deus sempre coloca anjos na nossa vida, e esse certamente, deve ter sido um deles... nos deixando mto, mas mto próximas da rodovia dutra. O retorno, foi bem mais tranqüilo, e certo, uma das maiores experiências da minha vida, onde tudo deu certo, e poderia ter sido completamente o oposto, dando tudo errado. Só volto lá, com um guia da cidade, e após ter decorado ele, porque a cidade de São Paulo não tem o título que tem a toa. Ela realmente é uma... cidade grande.

"Fazemos parte dessa história envelhecida em tonéis de amor,
cumplicidade, respeito, carinho, amizade, musica, ética, alegria,
fidelidade".



cya.

21/08/2008