Antes de ser eu mesma
(ou isso que penso ser),
eu jogava esconde-esconde
com meus fantasmas
-os terríveis e os gentis.
Os dias me viravam do avesso
e desviravam,
as horas me trançavam
para me desarrumar.
Quanto mais me busquei
nos espelhos secretos,
mais me perdi de mim.
Quando chegou o tempo da verdade,
entendi que sou
-num fundo porão das horas-
reflexo de reflexo
de reflexo,
nada mais.
(E que deve ser assim.)
Lya L.